sábado, 2 de janeiro de 2010

Funções x Vetores. Parte II (alocação dinâmica)

Hoje vamos ver mais a fundo os conceitos que falamos no post anterior.

Alocando memória em C
A função especifica em C para alocar memória é a malloc (memory allocation). Esta função aloca (reserva) uma área sequêncial na memória heap com a quantidade de bytes especificada, e retorna o endereço da mesma. A sua sintaxe é esta:

 malloc (tamanho);

onde tamanho é a quantidade de bytes que se deseja alocar.

No entanto, devemos lembrar, que os tipos de dados básicos do C ocupam mais de 1 byte, com a excessão do tipo char. Como não temos como precisar quantos bytes exatamente cada computador (micro, celular, etc.) utiliza para armazenar cada um destes tipos básicos, é necessário fazer uma operação chamada de conversão de tipo (type casting) explícita.

Convertendo tipos
Já vimos que a divisão de 2 inteiros, nem sempre retorna 1 outro inteiro (por exemplo: 2/3).
Para resolver este problema, a solução mais simples seria declarar as variáveis envolvidas nesta divisão como floats ao invés de inteiros. Mas há casos em que esta alteração de tipos nem sempre é possível, como é o caso da função malloc, por exemplo.
Esta função retorna, a grosso modo, o endereço de um vetor de char com a quantidade especificada. Não temos como alterar esta função, mas temos como alterar o seu retorno.
Veja no código abaixo como podemos resolver a questão da divisão usando uma conversão de tipos.


#include "stdio.h"
#include "stdlib.h"
 
int main(){
 int a = 3, b = 2;
 float c;
 
 c = (float)a/b;
 printf("%.2f\n", c);
 system("pause");
}


Observe a linha 8. Esta é a forma de converter um tipo explicitamente em C. Neste caso estamos alterando o tipo da variável a de inteiro para float, o que garante que o resultado da divisão também será um float.

Voltando à alocação dinâmica...
Agora que sabemos como é feita uma alteração de tipos em C, podemos alterar a forma de chamar a função malloc.

 (<tipo de retorno> *) malloc (tamanho * sizeof(<tipo que será armazenado>);

Duas coisas chamam a nossa atenção no comando acima.
A primeira é o * dentro dos () que fazem a alteração do tipo de retorno. Ele é necessário porque a função malloc não retorna um tipo básico, mas sim um endereço que aponta para um bloco de memória que irá armazenar variáveis deste tipo básico, ou seja, um ponteiro para este bloco.
A segunda é o uso da função sizeof dentro dos () onde é informado o tipo dos dados que serão armazenados. A função sizeof nos retorna o número de bytes necessários, no computador utilizado, para armazenar o tipo de dado especificado.
Se quisermos alocar um espaço suficiente para conter 30 inteiros e atribuir este espaço a um vetor, os comandos usados seriam:

 int* vet;
 vet = (int *) malloc (30 * sizeof(int));

E se o espaço ainda não for suficiente?
Não haveria sentido em se chamar alocação dinamica, se não pudéssemos alterar dinamicamente o tamanho do vetor. E como fazer isto?
A resposta está na função realloc (reallocation). Ela é funciona básicamente como a função malloc. A diferença é que ela altera o tamanho de um bloco já alocado pela função malloc. Observe bem isto! Não é possível alterar o tamanho de um bloco com a função realloc se antes ele não tiver sido alocado com a função malloc!
Para alterar o tamanho do vetor do comando acima, de 30 para 50 inteiros, o comando seria este:

 vet = (int *) realloc (vet, 50 * sizeof(int));

Observe que a diferença básica é que informamos qual o bloco que será alterado dentro dos () antes de informarmos o novo valor.
Um detalhe interessante, é que se já houverem valores armazenados no bloco/vetor que terá seu tamanho alterado, eles não serão perdidos, desde que o bloco tenha o seu tamanho aumentado. Se o tamanho for reduzido, serão perdidos os valores armazenados no final do bloco.

Recolhendo o lixo.
Nós vimos que as variáveis locais só existem enquanto as funções estão em execução, e que depois disso elas são eliminadas. As variáveis globais só existem enquanto o programa está em execução, e depois disto elas também são eliminadas. Já com as variáveis alocadas dinamicamente isto não ocorre.
Estas variáveis ficam na memória mesmo depois que todas funções são encerradas, inclusive a main. Isso quer dizer que elas ficam na memória mesmo depois que o programa termina. Isto causa uma perda de memória. Dependendo da quantidade de memória disponível no sistema isto pode fazer com que o sistema pare.
(Algumas linguagens de programação se encarregam de eliminar essas variáveis quando o programa se encerra. Isto é chamado de coletor de lixo (garbage colletor). Não é o caso de C/C++.)
Só existem duas formas de recuperar esta memória.
A primeira forma, e mais drástica, é reiniciando o sistema. Mas, assim que o programa for executado novamente, a memória será perdida novamente.
A segunda forma, e correta, é usando a função free.
A função free desaloca um bloco de memória alocado pela função malloc, marcando esta área como memória livre.
Para desalocar o vetor que estamos usando como exemplo, o comando seria este:

 free(vet);

No próximo e, acredito, último post desta série, veremos isto funcionando na prática. Até lá.

2 comentários:

  1. Excelente post!
    Eu estava com uma dificuldade imensa em entender a questão da alocação dinâmica, mas depois da sua postagem fico bem mais fácil.
    Obrigada por me ajudar!
    Parabéns pelo ótimo trabalho!
    Continue sempre assim.

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  2. olá! Edson, primeiramente parabenizar pelo seu blog muito bom.
    e gostaria que você me ajudasse em um exercício que estou com bastante dificuldade são duas questões
    1º pergunte ao usuário quantos números da sequencia ele quer ver

    2º pergunte um número e imprima seu fatorial em ambos os casos pergunte se ele quer continuar o programa ou encerrar.
    desde já fico agradecido

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